quarta-feira, 11 de junho de 2008

# 13

O COMÉRCIO INTERNACIONAL: TROCAS MULTILATERAIS E EFEITOS DE ARRASTAMENTO

O Capitalismo tem por base uma economia de mercado.
Quando a finalidade da produção é vender para um vasto mercado e , com isso, obter lucros, estamos perante o sistema capitalista.
Daqui resulta a importância dos preços e a consequente criação de bolsas onde aqueles são fixados: nas bolsas de comércio, as primeiras a serem formadas, onde eram fixados os preços dos principais produtos, sobretudo de origem vegetal (Bolsa de trigo em Chicago, em 1848, bolsa do café no Brasil e a bolsa das flores na Holanda).
Nas bolsas de valores era fixada a capacidade de produção e de venda das grandes empresas industriais, bancárias ou comerciais.
O desenvolvimento das indústrias e dos transportes, bem como a tendência para a divisão internacional do trabalho entre os países subdesenvolvidos fornecedores de matéria-prima e produtos alimentares e os países desenvolvidos especializados na indústria intensifica o Comércio Internacional e as trocas multilaterais.
Entre 1860 e 1914, o tráfego internacional triplicou, sendo a Europa a responsável por dois terços do comércio internacional.
A primazia da Inglaterra em termos marítimos (os clippers , como a Cutty Sark que cruzavam com rapidez o Atlântico) e industriais garantia-lhe o primeiro lugar quanto ao volume e valor do tráfego mundial. A Alemanha (já unificada) aproxima-se, a partir de 1885, do poderio britânico, superando a França e os crescentes Estados Unidos.
O esquema das trocas multilaterais inclui, por um lado, a exportação de produtos industriais dos países desenvolvidos em troca de artigos de luxo, matérias-primas e produtos agrícolas das colónias e, por outro lado, trocas de produtos industriais entre os mesmos países desenvolvidos.

A superioridade industrial e comercial inglesa favoreceu a adopção do Livre Cambismo naquele país, apesar dos protestos dos agricultores, fortemente penalizados pela livre circulação de cereais importados a baixo preço.
Apesar da inspiração inglesa, outros países, que tentaram seguir o modelo inglês, rapidamente adoptaram medidas de proteccionismo à euforia livre-cambista (Bismark, chanceler alemão, dá principal importância aos produtos nacionais de modo a suscitar o incremento industrial na Alemanha Unificada).
A partir de finais do século XIX, a Inglaterra, face a estas medidas proteccionistas dos outros países, adoptam também esssas medidas com vista à protecção das suas indústrias.

Em conclusão, o Comércio Internacional e as consequentes as trocas multilaterais exerceram, na economia, uma grande aceleração e aquecimento, dando um efeito de arrastamento sobre as economias que nele participaram. No caso dos novos países de povoamento europeu (Austrália, Canadá e África do Sul) a emigração branca (europeia), o investimento europeu e a exportação de matérias-primas foram condicionantes para o desenvolvimento destes novos estados.

Nenhum comentário: